a-do-diabo, abre, abre-bondade, abre-coração, abrideira, abridora, aca, ácido, aço, acuicui, a-do-ó, água, água-benta, água-bórica, água-branca, água-bruta, água-de-briga, água-de-cana, água-de-setembro, água-lisa, água-pé, água-pra-tudo, água-que-gato-não-bebe, água-que-passarinho-não-bebe, aguardente, aguarrás, agundu, alicate, alpista, alpiste, amarelinha, amorosa, anacuíta, angico, aninha, apaga-tristeza, aquelazinha, a-que-incha, aquela-que-matou-o-guarda, a-que-matou-o-guarda, aquiqui, arapari, ardosa, ardose, ariranha, arrebenta-peito, assina-ponto, assovio-de-cobra, azeite, azougue, azulada, azuladinha, azulina, azulzinha, bafo-de-tigre, baga, bagaceira, baronesa, bataclã, bicarbonato-de-soda, bicha, bichinha, bicho, bico, birinaite, birinata, birita, birrada, bitruca, boa, boa-pra-tudo, bom-pra-tudo, borbulhante, boresca, braba, branca, brande, branquinha, brasa, braseira, braseiro, brasileira, brasileirinha, brava, briba, cachorro-de-engenheiro, caeba, café-branco, caiana, caianarana, caianinha, calibrina, camarada, cambraia, cambrainha, camulaia, cana, cana-capim, cândida, canguara, canha, canicilina, caninha, caninha-verde, canjebrina, canjica, capote-de-pobre, cascabulho, cascarobil, cascavel, catinguenta, catrau, catrau-campeche, catuta, cauim, caúna, caxaramba, caxiri, caxirim, caxixi, cem-virtudes, chá-de-cana, chambirra, champanha-da-terra, chatô, chica, chica-boa, chora-menina, chorinho, choro, chuchu, cidrão, cipinhinha, cipó, cobertor-de-pobre, cobreia, cobreira, coco, concentrada, congonha, conguruti, corta-bainha, cotréia, crislotique, crua, cruaca, cumbe, cumbeca, cumbica, cumulaia, cura-tudo… 

Nem terminou de ler e já veio pra cá, né? Vou dar um chute: parou na quarta ou quinta linha. E eu parei na letra C! Tem de A a Z.

Mas tudo bem. Essa lista de sinônimos e apelidos foi só para você perceber a quantidade enorme de significados que a cachaça tem para o brasileiro.

Até aí, TUDO BEM! Mas a gente recebeu o desafio surreal de emplacar mais um: 

ARTE.

… mas rapaziada, só de pensar nisso me dá um suadouro. Difícil concatenar as idéias assim.

_ Ô elegante, desce mais uma que eu vou contar uma história:

***

Que a cachaça é muito nossa, ninguém duvida. Mas o que pouca gente sabia é que ela foi servida pela primeira vez, com pompa e circunstância de bebida oficial, na Semana de Arte Moderna de 1922. 

Isso mesmo, aquela semana que exaltou como nenhuma outra as artes brasileiras. Antropofagia. Só figuras como Anita Malfatti, Mário de Andrade, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral.

Toda a turma ali, exibindo suas obras e enaltecendo para todo mundo a nossa originalidade, inovação e identidade nacional, numa vernissage (vernissage não, vamos chamar de… “passadinha-lá-pra-ver”) enquanto os ricaços bebericavam da nossa melhor caninha.  

Eu não estava lá, mas me falaram. 

AÍ É QUE TÁ (palmada na mesa): vocês entenderam o que foi isso? Nossa cachaça foi “arte bebível” e muito apreciável entre as outras pinturas, poemas e peças teatrais que marcaram época! 

Um brinde aqui à cachaça arte moderna! Tim-tim!

 Mas voltando: nada mais natural, e vocês hão de concordar comigo, que uma nova cachaça premium (premium, não… chique) se chamasse 1922! E sabe quem batizou, fez rótulo, embalagem e tudo? Sabe quem? Ah, tá olhando pra eles! É pura verdade, tão pura quanto essa aqui no meu copo…  

Ih, já acabou. 

_ Ô presidente, desce mais uma pra eu molhar o bico, que hoje o papo tá bom demais.

***

Pra essa belezura aqui, a gente criou o design (design, não… desenho profissa) do logotipo da 1922 com essa fonte fininha e elegante, bem marcante, mas chique também… bem bonito mesmo.  

Tem três variações da cachaça, e cada um é pra uma ocasião. Tem aquela pro momento mais relax, outra pra um drink bacanão com os amigos e a Reserva, só pra aquela celebração mais elegante, especial. Cada uma tem uma paleta… uma combinação de cores, melhor… pra deixar bem diferente, mas ainda assim bem igual… design mesmo, sabe?

Dá pra fazer drink ou tomar purinha, igual a que eu tô tomando aqui…

Viche, que eu já tomei e nem senti.

_ Ô meu diplomata, desce mais uma! Aliás, deixa a garrafa aqui que eu quero falar mais dela.

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MAS VOCÊS NÃO SABEM O QUE VEIO DEPOIS. O trabalho ficou tão elegante que virou case (case, não… causo de publicitário) num site gringo lá fora. Como que é o nome mesmo? Packaging of the World. Eu não sei falar isso aí, não, mas você pode clicar pra conferir. Tudo em inglês porque essa lindeza aqui é sucesso nacional e internacional! 

Tá pensando o quê? A gente não é fraco, não!

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_ Ô meu consagrado, agora a saideira! Prometo!

 Uma curiosidade aqui, só pra terminar e a gente voltar pra casa: “cachaça” é só a tupiniquim. É patrimônio material e cultural, e só é produzida com esse nome no Brasil. 

Fora daqui, só pode ser dado outro nome, e provavelmente nenhum deles tão simpático (e a bebida, também não tão boa quanto a nossa, é claro). 

Volta bem pra casa, tá? E não vai dirigindo, não. Pega um uber… (uber não, carona-de-aplicativo).  

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Fonte dos nomes (e lista completa): Nossa cozinha, do UOL.

Fonte das imagens da Semana de 22: Wikipedia